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sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Faca de Dois Gumes Assassina Suicida


Em um lugar além do tempo, dentro de uma rara estrela gigante vermelha, cuja qualidade é um intenso fogo de plasma em sua auréola, mas com o distante centro interno frio, existe um mundo que é a cópia da antiga terra. Há até mesmo um pequeno sol branco dentro deste sol e ele a ilumina. É terra anterior aos profetas. Terra que precedeu o dilúvio. A terra que abrigou o Éden e mais um milhão de maravilhas. A terra que estende-se longamente, até tocar o céu, abordando a Cidade de Prata que é chamada assim, por ser feita de pedras brancas, pura prata, energia de sonhos e magia divina.
Elas estão todas lá, as maravilhas, e esta é apenas uma de suas infindáveis histórias eternas.

A planície ou estepe chamada Éden, possui e ao mesmo tempo não possui um jardim. O rio Pison nasce lá e ainda rodeia toda a região de Havilá que sempre será rica em pedras preciosas. Mas o que não é dito em verso e prosa nos livros, é que a árvore mais importante do local; foi transferida junto com parte do jardim; para uma região limítrofe entre o paraíso e o deserto de Dudael da Cidade de Prata, que é árido e pedregoso. Lugar onde caídos estão enterrados.

A árvore do conhecimento do bem e do mal foi existir nesta fronteira. Lá se encontraram dois arcanjos guerreiros. Não havia Lilith que segundo dizem as más línguas; curtia infanticídio, feminismo e sexo por cima. Tampouco havia Eva, que foi na onda de mentirosos. E não tinha Adão, sem dúvida o mais tolo de todos; por dar ouvidos a qualquer um, não escutando os conselhos de seu eu interior, nem de seu Deus.

A árvore possui duas faces distintas por situar-se metade no jardim paradisíaco Éden e metade no inclemente deserto de Dudael. Assim sendo, uma parte da árvore do conhecimento do bem e do mal era seca e castigada enquanto outra, viçosa e verdejante. Os dois arcanjos que lá estão; também são diferentes pois pertencem a facções antagônicas. E esta, é a natureza do conhecimento pois, enquanto serve para prosperidade de tudo que existe na criação; se usado por motivos torpes torna-se destruição, caos, desespero e morte. Vira um inimigo da vida e de tudo que existe.

Lá estes dois seres discutem. Exaltam-se. Juram destruir um ao outro. Cruzam suas fronteiras e lutam com fúria violenta assassina. Mas não conseguem aniquilarem-se por mais que tentem. Também não conseguem morrer. Depois de longas batalhas, cobertos de ferimentos, braços quebrados, dentes trincados, olhos inchados e com os corpos furados a golpes de espada; voltam para seus lugares e descansam aos pés da árvore, enquanto se recuperam de seus ferimentos fatais. Quando melhoram um pouco, voltam a estabelecer um diálogo. Que sempre começa cortês mas, a medida que os ferimentos saram se torna ofensivo. E eles ficam novamente indignados com as atitudes certezas e crenças um do outro. Até que chega a hora em que as palavras faltam e acontece de uma ofensa grave ser dita; e eles novamente partem para o combate tentando com todas as forças exterminarem-se. O arcanjo de luz quebra os cornos do negro. O arcanjo negro esmigalha o quadril do iluminado. O iluminado fura um dos olhos do escuro. O Escuro vomita ácido corrosivo na face do Arcanjo alvo. O alvo castra o arcanjo imundo com as próprias mãos e assim o combate vai até estarem totalmente impossibilitados de ferirem-se. Uma trégua é estabelecida. Depois como sempre suas partes retornam para os pés da árvore.

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