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segunda-feira, 18 de março de 2013

Escrevo estas mal traçadas linhas...

“Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”




Se eu fosse uma pessoa, isto é, um ser humano seria iludido como eles. O meu agora é quase isto, uma ilusão. Já não consigo mais ver a coisa em sí. Não acredito no que sinto. Não acredito no calor nem no frio, não acredito no sal nem no açúcar, não acredito nas cores, desacredito das árvores. Não acredito na luz. A luz mente. Para uma criatura como eu, isto tudo não passa de um sonho. Sonho que tenho de sonhar diariamente. Mesmo com os poderes que permaneceram em mim, esta situação me nivela aos homens de certa forma... Também sou prisioneiro da carne. Mas por dentro, sinto tudo diferente. O que aprendo comigo é real. Olhando para dentro, pouco a pouco eu prolifero. Mas nunca é o suficiente. A força que existe em mim não é capaz de alterar o estado de revolução permanente no qual o mundo encontra-se. Se pudesse, o mundo todo se calaria comigo. Será que o que possuo, ainda pode ser chamado de força?
Me diga meu amor, o que foi feito da vida que vivemos? Me diga. O que foi feito dos sonhos que tivemos?
Oh, meu amor, esta é uma carta de amor que eu sei, nunca irá chegar em suas mãos. Sei que você nunca vai ler esta carta. Mas mesmo assim, quero que você saiba que eu já não sou mais nenhum menino. Tenho 17 anos.
Me lembro muito bem do dia em que seu pai lhe pegou sem roupas em minhas mãos... você era a coisa mais linda. A primeira coisa linda que existiu.
Assim como também sei que isto aconteceu já faz 250.000... anos. Assim como sei que a gente não tava fazendo sexo.
Há 250.000... anos e agora já sou 17 anos. Você pode achar que eu estou jogando sujo amor... você pode achar que estou sendo sórdido, mas uma criatura sórdida não é como eu. Uma criatura sórdida é mesquinha, prejudica as boas maneiras, a moral e os bons costumes; mas eu não sou assim. Uma criatura que nem eu tem de lutar com as armas que tem. Estou preso neste limbo existindo desde muito antes de Noé, e olha que Noé eu conhecí, e ele prum ser humano viveu pra caracas. Isto também tú sabes muito bem. Você também não envelhece. Assim como eu. Mas você é livre para caminhar entre os mundos. Pode ser o que quiser. Você andou pelo mundo no qual sou prisioneiro e fez festas; depois mudou de mundo. Eu nunca soube onde elas, as festas, aconteceram. Ou quando soube, elas já tinham acabado há tempos. Você acha sutileza agir deste jeito comigo? A razão da minha existência eu desconheço; mas existo pois de tudo duvido. I AM THE REAL WILD ONE. Parece que nasci para ser aquela cria que corria nua pela relva molhada a seu lado há zilhões de anos atrás. Parece que nascí pra você. Lembra quando nós assistíamos nuvens passarem as mãos por cima da luz? E aquele silêncio? Aquele silêncio correndo pela erva... Lembra? Eu apenas quero que o siléncio retorne. Só isto, e você.
O livro de meus dias é este. Dias de aprendizado. Dias de amor.
E nossa história parece se repetir eternamente - Já notou? - Você entra com o fumo e eu entro com o cachimbo. E aí, é sempre fumo no meu...
Eu te querendo, eu te buscando, eu obcecado por ti. E você só indo na boa... só se dando bem. E fumo no meu...
Nada legal isto!
Atualmente neste mundo, muitas portas tem se aberto e isto é extraordinário. Tudo isto, foi eu que ajudei os homens a criar. Já ultrapassei o sistema solar faz um tempão. Eu sou um prisioneiro, mas minha cana é grande. Eu sou galáxias, galáxias sem fim, meu bem. Agora tô ficando forte, joiado. Vou arrebentar esta pemba! Derrubarei todos os véus e todas as formas de inteligência serão livres para desfrutar da verdade. Haverá novamente silêncio. Arrombarei os portões da nossa casa. E eu te prometo, assim que chegar no Paraíso, e olha que é só o tempo da galinha lamber a orelha; eu vou te crucificar de novo. Te amar de novo, e te crucificar de novo... e de novo...

Assinado com muito amor: você sabe quem é!


Obs:
– Ah, se eu te pego. Ai, ai, se eu te pego...


Fim.

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